As origens de Santiago do Cacém remontam à
pré-história, como o revelaram as escavaçoes arqueológicas realizadas no Castelo Velho
que coroa o Outeiro a oriente da actual cidade, e onde se encontram as ruínas romanas de
Miróbriga. Esse povoado dos finais do Neolítico foi posteriormente fortificado pelos
Celtas e nos séculos III-II a.C. mantinha já importantes relações com centros
civilizacionais do Sul da Península.
Com a romanização, Miróbriga (nome de origem céltica), cresceu e foi centro de uma
área essencialmente dedicada à agropecuária, como o atesta o seu vasto Hipódromo, onde
se realizariam corridas para treino de cavalos, bem como importante estância termal e
medicinal [...].
Invadida a região pelos povos germânicos a partir do séc. V, a sua importância terá
decrescido, a ponto de os muçulmanos terem fundado um novo castelo no outeiro fronteiro,
a ocidente, a que deram o nome de Cacém, derivado talvez de algum alcaide.
Tomada aos mouros pelos Templários em 1157, foi perdida em 1185 e recuperada no ano
seguinte pelos freires de Santiago, a quem foi doada.
Recuperada de novo pelos mouros, em 1191, voltou à posse definitiva dos cristãos, em
1217, tendo D. Afonso II confirmado a doação de seu pai à Ordem dos Espatários, a quem
ficou a dever o seu nome.
Entre 1315 e 1336, o Castelo esteve na posse da princesa bizantina D. Vetácia, aia e
amiga da Rainha Santa Isabel, tendo depois regressado à Ordem de Santiago, situação que
se manteve até 1594, data em que Filipe II o doou aos Duques de Aveiro. Em 1759 passou à
Coroa.
É sede de concelho desde 1512, data em que lhe foi concedido foral por D. Manuel I.
in: Santiago
do Cacém, ed. da Região de Turismo da Costa Azul, 1991
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